Sindicato
dos professores apoia revisão do sistema de avaliação
19
de novembro de 2012 | 2h 04
Uma
das novidades da reforma é a mudança de critérios na avaliação dos alunos em
sala de aula. O relatório de propostas do Ministério da Educação apregoa uma
"avaliação positiva, simples e legível". A ideia é promover a valorização do
progresso do aluno, em lugar de sancioná-lo pelo eventual erro ou fracasso. A
nota terá a função de indicar o nível, e não punir o aluno, como hoje.
Se
ainda gera polêmica entre professores, pelo menos nesse aspecto o projeto de
reforma parece mais consensual. Os maiores sindicatos de professores da França
se manifestaram a favor dessa iniciativa, que retira dos ombros das crianças um
peso obsessivo com a nota. Pesquisas com professores indicam que boa parte, 39%,
é até mesmo a favor da extinção do atual sistema de
avaliação.
"Na
época da internet, onde os conhecimentos são mais acessíveis, a escola deve
estimular o conhecimento e as competências", diz a professora Marie-Antoinette
Pereira, que leciona em uma escola primária do 15.º distrito de Paris e apoia a
proposta. Partidários da linha-dura, porém, se mobilizam. "O projeto educacional
de Maio de 1968 está ganhando: chega de notas que 'traumatizam'. Será o fim da
meritocracia", retruca Laetitia Yannickza, 81 anos, professora aposentada.
Em
Paris e no interior, escolas-piloto já educam e testam sem aferir cifras de
desempenho, e os resultados, segundo pedagogos, é bom - ainda que dependa de
ajustes. "É realmente preciso aliviar a pressão sobre as notas", entende
Frédérique Rolet, secretária-geral do Sindicato Nacional de Professores (SNES).
"Elas não existem para punir. Acontece de eu mesma reavaliar um aluno que teve
um mau desempenho se ele demonstra esforço, refazendo o exercício, por exemplo."
Ao
retirar o peso das notas, o Ministério da Educação também tenta enfrentar outro
problema, além do estresse, da depressão e de baixa autoestima dos alunos: a
repetição de ano e o abandono escolar. A criação de um "alerta de desligamento",
que deve despertar uma mobilização na escola sempre que um aluno indicar sinais
agudos de desmotivação, vem sendo elaborado no projeto de reforma e deve entrar
em prática paulatinamente a partir de 2013. / A.N.
Esaú
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